sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Irmãos, tenho que contar um testemunho...

Fui atropelada semana passada (na quarta feira retrasada) por uma moto, mas só tive dois arranhões. Nao coloco a foto porque é muito nojento mostrar ferida!

Contar-lhes-ei a história:

Estava eu radiante e feliz andando ainda pelo campus da universidade e, quando estava começando a atravessar a rua, PUM! De repente, uma ruma de estudantes se aglomera e começa a brigar com o motociclista, porque ele estava a 70 km/h, numa via cheia de estudantes e, depois de se esquivar de vários, eu fui o alvo.
Na hora do acidente pensei que tinha me machucado sério, mas graças a Deus - e só a Ele mesmo - eu escapei viva e estou aqui para contar a história.
O interessante é que a moto bateu em mim e caiu, o que significa que eu preciso realmente emagrecer. Ou então meu Pai que está nos céus enviou um anjo que se colocou na minha frente e absorveu todo impacto, porque, 70km/h é rápido, né?
Bom, depois do susto, eu saí caminhando, liguei pra um amigo brazuca (o Juliano) e fomos pro médico, o qual disse que eu nao tinha nada de mais, só me passou um antinflamatório (novíssima regra ortográfica!) e ya está!

É isso, irmaos. Deus me protege sempre... Em qualquer lugar. Amém.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A chegada e as primeiras semanas...

Raguei o céu escuro da noite de Granada às 22:20 da noite. Depois de descer no aeroporto, tive que esperar meia hora pela minha bagagem, mas ela finalmente chegou com tudo certinho, sem extravios e surpresas! Graças a Deus!

A tensao da chegada foi o lugar pra ficar. Uma semana antes de viajar, eu tinha entrado em contato com o Renato, um brasileiro que mora em Granada há 4 anos, e decidi ficar no Apartamento dele por um período de um mês até encontrar um Ap para ficar definitivamente. Tudo certo. Estava confirmado que eu iria direto do aeroporto para o Ap dele, mas quem disse que eu encontrei o bloquinho onde eu anotei o endereço do cara? Procurei feito uma louca, mas nao encontrei. Resultado: fui para num albergue chamado "El Clandestino", que faz jus ao nome, pois o taxista demorou mais de meia hora pra encontrar a rua do albergue! Paguei uma nota pela corrida!

Cheguei no albergue e o cara que me atendeu me deu uma amostra da hospitalidade e simpatia espanhola com a qual eu tenho que lidado todos esses dias. Paguei a noite, liguei para o Renato para avisar que já tinha chegado, tomei um banho, escrevi um email para a mamãe e o papai e caí na cama. Desmaiei. Acordei no outro dia cedinho e fiquei esperando o Renato chegar para me buscar no albergue.

Passei as minhas primeiras semanas "morando" no Ap do Renato que fica em um bairro muito charmosinho chamado "La Chana". O bairro é bem familiar e tranquilo, um ótimo lugar para viver, porém, é muito longe de tudo também. Eu caminhava cerca de três horas por dia, entre idas e vindas até o centro. Era muito cansativo, considerando a vida altamente sedentária que eu levava no Brasil. E eu digo "levava" porque eu ainda ando pra caramba aqui.

Bem, depois de três semanas en La Chana, me mudei para o Realejo, que é onde eu moro agora. Estou amando viver no Realejo. O lugar é muuuito histórico. Tem as ruas estreitinhas, com prédios antigos, praças aconchegantes e é super agitado com suas cafeterias e bares de tapas. Sem falar que é um bairro super bem localizado!

Termino o post com uma foto da Plaza Isabel La Católica que fica logo ali, praticamente no fim da minha rua:



terça-feira, 5 de outubro de 2010

A viagem

Bom, a véspera foi meio incomum. Na verdade, eu ainda nem tinha me dado conta que iria passar por uma mudança tao drástica.
Saimos (eu, mamae e papai) de Teresina na manha do dia 23 e chegamos em Fortaleza pela tarde do mesmo dia. Comemos e depois dormimos.
No dia 24 (dia da viagem) eu acordei meio nostálgica, pensando no que iria me fazer falta quando eu estivesse na Espanha. Passei o dia todo com a cabeça a mil por hora, acertando os últimos detalhes para a viagem, fazendo as últimas coisas no Brasil.... Comprando as últimas coisas, comendo a última comida, tomando o último banho etc e tal... (Tomando o último banho no Brasil, ok? Diferente de alguns espanhóis, eu tomo banho todos os dias!)
Meu embarque seria às 20:00 horas, mas eu fui orientada a chegar com, pelo menos, 3 horas de antecedência, entao, às 17:00 horas estava eu lá no aeroporto, fazendo o check in e despachando as malas.
As horas passaram voando e o sitema interno de som do aeroporto anunciou a chamada para o voo 0166 TAP Fortaleza - Lisboa... Era hora de ir e cruzar o Atlântico. Mas nao sem antes ouvir as palavras e os alertas da mamae e do papai... "Presta atençao", "Cuidado com o passaporte", "Nao deixa de ler a bíblia e orar todos os dias", "Nós te amamos"...
Adentrar a sala de embarque foi um dos momentos mais difíceis para mim. Ter que deixar meus pais do outro lado da contençao foi marcante.
Na sala de embarque, em meio a tantos gringos, encontrei uma brasileira que começou a conversar comigo e falar como era a Europa e coisa e tal. Por um momento fiquei menos tensa.
Quando começaram a chamar os passageiros, me coloquei na fila que demorou séculos pra andar! Nem lembro o que eu pensei no caminho até o aviao. Entrei, procurei meu assento e, para minha surpresa, a cadeira ao meu lado nao foi ocupada.
O voo sobre o Atlântico foi tranquilo, sem muitas turbulências. Claro que eu nao consegui dormir porque eu tenho sério problemas de insônia durante viagens. Assisti a vários filmes e li um pouco do livro que meus amigos boleiros me deram como presente de aniversário (O Retorno - Victoria Hislop) [obrigada, miguxos]/emo.
Cheguei em lisboa às 7:05 com cinco minutos de atraso. No aeroporto de Lisboa era só eu, Deus e minha mochila. Custei a acreditar que estava realmente no outro lado do Atlântico, na Europa! Era verdade.
Peguei um ônibus pra chegar do aviao ao aeroporto e , logo ao chegar, ouvi um tio gritar com um sotaque lusitano carregadísssimo: "Fila para brasileiro! Fila para brasileiro!", entao, eu saí apressadamente pra fila pensando "Ops, essa é minha fila"...
Entrei na tao temida "fila da imigraçao" e demorou uns vinte minutinhos pra chegar a minha vez. O tio da fiscalizaçao só perguntou o motivo da minha viagem, onde e quanto tempo eu ia ficar na Espanha e, por fim, ele disse: "Granada é uma cidade muito linda! Aproveite!" Ufa! Isso foi o máximo de tensao que "a fila" me propocionou!
Saí tao relaxada da fila que acabei pegando o corredor errado e caí no setor de bagagens do areoporto... Eu andei e perambulei muito até encontrar uma alma gentil que me ajudou a encontrar o lugar onde eu deveria estar. Entrei em mais uma fila. Dessa vez, a fila da revista. Os funcionários da fila da revista eram tao gentis quanto o "seu Lunga". Eles nem olhavam para as pessoas. Na verdade, eles nem se davam ao trabalho de falar, apenas balbuciavam alguma coisa e a gente tinha que adivinhar o que os caras estavam dizendo. Molecágem. Fui logo Tirando minha mochila e colocando na máquina do Raio-X. Quando já ia passar pela porta com detector de metais, o Lunga me chama e diz pra eu tirar meu casaco que, na verdade, era um cardigan sem mangas. Eu pergunto: "Como?" e ele responde com um gesto de quem tira um casaco: "O casaco, por favor." E eu tirei o "casaco" com uma cara de "como-se-desse-pra-levar-uma-bomba-em um-CARDIGAN-SEM-MANGAS!"
Depois que eu passei da revista fui esperar meu aviao. Esperei horas e horas seguidas. E quando finalmente chamaram o voo, me deparei com um teco-teco, fabricado pela EMBRAER (tinha que ser brasileiro?) e que me mal levantava voo! O engraçado é que quando a gente se deparou com o teco-teco, todo mundo ficou se entreolhando com um olhar interrogativo, mas niguém disse nada até que uma brasileira perguntou: "É nisso que a gente vai pra Barcelona?" Nessa hora todo mundo começou a rir descontroladamente...
Graças a Deus, cheguei em Barcelona em segurança. O aeroporto é bem grandinho, cheio de lojas de todo tipo, parece um shopping. Se você bobear olhando as coisas, até perde o voo.
O meu voo Bracelona - Granada era pra sair às 08:00 horas, entao, eu relaxei e até dormi um pouco numas cadeiras meio desconfortáveis. Quando eu acordei, estava falatando meia hora para meu voo. Fui olhar no painel o portao do voo e lá constava "portao C", porém no aeroporto de Bracelona existe até o portao C72, portanto, a informaçao "portao C" nao era exatamente o tipo de precisao que estava querendo. Diante isso, o jeito foi ir no balcao de informaçao e tentar falar espanhol até descobrir em que portao eu devia ficar esperando. Falei com o carinha e ele disse: "Ainda nao temos a informaçao, pois a aeronave está atrasada, mas você pode ficar esperando em frente ao painel até o portao ser confirmado." Eu olhei para ele e falei no bom e velho português: "COMO É QUE É?" E vocês acreditam que o cara me respondeu de novo a mesma coisa? Tudo bem ele nao saber o que era uma pergunta retórica, mas daí ele pensar que eu ia mesmo ficar meia hora em pé olhando pra um painel? Tá de brinks, né? Voltei pra cadeirinha desconfortável e fiquei esperando. Quinze minutos depois, eu resolvi checar o painel e: "VOO 6624- Barcelona-Granada- Gate C72- LAST CALL" Como assim "última chamada"? Como, em quinze minutos, um voo passou do estado de "atrasado" para "ultima chamada"? E o pior, "Portao C72"!!! Saí correndo feito uma louca pensando que tinha perdido o aviao e que o maricón do balcao de informaçoes estava, no fim das contas, certo. Ao chegar no portao C72 morta de ofegante, a mulher disse que a aeronave nao tinha chegado ainda, ou seja, o maricón era um idiota e eu estava certa. Que alívio.
Fiquei meia hora esperando o aviao, meia hora fazendo uma espécie de check in e meia hora dentro do aviao parado, por que a torre de comando nao tinha dado o comando pra o aviao decolar. Agora me explica: pra que serve uma torre de comando que nao dá comando? Má vá! Só em Barcelona mesmo.

A história da chegada em Granada fica para outro post. Agora tenho que arumar as malas. Amanha tô indo pra Madrid visitar a Jéssica, uma amiga querida que veio na mesma época que eu pra estudar direito na Universidade Européia de Madrid. Que chique!