quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Brasil Granaíno

Voce está prestes a ler um post gigante (como o usual neste blog). Se, por acaso, você não tem paciência para isso, desça a página e assista o filme.

Parei para fazer a retrospectiva desse ano e percebi que 2011 foi meu ano de globetrotter. Nunca viajei tanto! Passei mais tempo fora, do que dentro do meu país!
Os primeiros seis meses deste ano eu "trotei" demais. O começo do ano foi na Itália, depois voltei para a Espanha, depois um mês na França (com direito a um pulo na Espanha só pra fazer uma prova na universidade), depois Inglaterra, voltei para a Espanha de novo e, finalmente, vim para o Brasil.
Após dois meses no meu país tropical (fazendo idas e vindas por dentro do país), fiz as malas de novo e desembarquei na gélida e divertida Noruega, a terra dos vikings. Passei um mês abençoadíssimo por lá e agora estou de volta! ;)
Bom, mas a escala que me traz aqui é a minha volta para o Brasil. Sim, por que dois dias após chegar ao Brasil, tive que fazer a temível apresentação do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Porém, a apresentação foi só a parte mais fácil do processo, a complicação mesmo foi produzir o meu TCC!

A SAGA DO TCC

Eu já tinha pago todas as matérias no meu curso de Jornalismo, na verdade, só faltava o meu TCC para eu me formar, porém fui selecionada no ERASMUS e decidi ir para Espanha, como todos já sabem.
A partir disso, comecei a pensar em usar os seis meses de intercâmbio e produzir meu TCC na terra das castanholas. A ideia era boa, o problema é que não deu certo. Os seis meses passaram voando. Usei esse tempo para me adaptar. Tive que sair correndo atrás de casa pra morar, tirar meu cartão de residente na Espanha (processo que acaba com sua paciência e dura meses), correr atrás de pilhas e pilhas de documentos para apresentar na universidade, gastar tempo com matrícula, assistir aulas, fazer trabalhos, fazer compras, conhecer gente nova, ajudar em uma ONG, etc.
Resumindo, ao fim dos seis meses eu não tinha nada mais que uma boa ideia na cabeça: fazer um documentário explorando o tema "a imagem do Brasil para o cidadão espanhol". Escolhi produzir um documentário pelo simples fato de que estava estudando justamente produção audiovisual (produções em vídeo e audio) na Espanha, assim, poderia colocar em prática todos os conhecimentos que aprendi no intrecâmbio. Coisa boa demais, ein, sô?
A situação ficou melhor ainda quando me informaram que me concederiam uma extensão de 4 meses na minha bolsa e eu só teria que fazer o requerimento. Não pensei duas vezes. Pedi mais 4 meses e estava determinada a usar esses 4 meses para produzir o meu documentário.
Me emploguei. Comecei a pensar no título, formato, perguntas, personagens, trilha sonora e até na edição! Mandei um email para o Paulo Fernando - coordenador do curso de Jornalismo da UFPI - perguntando se seria viável. Ele respondeu que eu só teria que consultar a Comissão Européia, que é quem coordena o programa de intercâmbio do qual fiz parte, e tava tudo certo.
Contatei a Comissão, que me deu carta branca. Pirei. hahaha. Já estava pensando nas locações, na plástica do filme, nas autorizações que eu teria que conseguir e no meu orientador do TCC.
Mandei um email para o Laerte Magalhães, que tinha sido meu professor de telejornalismo e manja muito dessa área de audiovisual. Pedi que ele fosse meu orientador e expliquei que estava na Érrrpanha e, por isso, a orientação teria que ser feita à distância. Ele topou.
Flipei, ou "flipé", como dizem os espanhóis. Lembro que estava em Lyon, na França, fazendo um curso francês durante o curto recesso da Universidad de Granada no mês de fevereiro. Férias para quê mesmo, né? Isso mesmo, nada de férias. Meus mês de fevereiro ficou assim: curso intensivo de francês, uma prova que teria que ir fazer na Espanha no final do mês e, agora, tcharaaam!, um projeto de TCC.
Tudo bem. Fiz o projeto, fiz o curso de francês (avancei de nível! Très chic!) e fiz a prova (tirei "notable").

Pré-Produção

Estava toda "felizinha". No mês de março fui pedir as autorizações na Universidade. Autorização para fazer o trabalho e constar no meu histórico de intercâmbio, autorização para usar o equipamento da universidade, autorização para usar o laboratório da universidade e autorização para ser orientada pela técnica do laboratório. Enfim, segui todo o protocolo. Nem sabia eu o que me aguardava.
Comecei a ler livros e mais livros, ver muitos e muitos documentários e ir nos arquivos procurando nos jornais de Granada as notícias que sairam sobre o Brasil nos últimos cinco anos. Tudo estava indo de vento em polpa, mas aí, o mês de abril aconteceu. O que eu não sabia é que a Semana Santa para o espanhol pode muito bem ser chamada Mês Santo. Ainda mais em Granada, que é uma cidade conhecida pelo chamado "turismo religioso". Quase toda semana tem uma procissão em Granada. No início é muito bonito, mas depois fica incômodo. O jeito é se acostumar. E eu morava bem no centro da cidade, do lado da igreja de onde saía ou chegava toda procissão de Granada. Que legal, ein?
No começo de abril, já consegui sentir o clima relax. Tentei marcar as entrevistas com os potenciais personagens e tentei conseguir o equipamento na universidade, mas todo mundo vinha com a resposta "Es que es fiesta, Semana Santa...". Conversei com alguns granadenses e eles me aconselharam marcar tudo pra maio, pois em abril as coisas funcionavam muitíssimo devagar na Espanha.
Relaxei. Ficar estressada pra quê, né? Não ia adiantar nada mesmo. Aceitei o convite de algumas amigas norueguesas de ir fazer uma viagem missionária à Inglaterra. E não me arrependi nem um pouco. A viagem foi linda. O meu abril não poderia ter sido melhor. Ao invés das procissões da Espanha, fui aos parques da Inglaterra compartilhar da minha fé em Jesus com a juventude inglesa. Foi muito louco. Incrível.

Produção

Maio foi um mês realmente produtivo. Fiz a gravação de imagens de transição nas locações. E fiz algumas entrevistas.
O principal problema que eu enfrentei foi conciliar o meu horário de aulas e a produção do filme. Acontece que os meus entrevistados sempre queriam marcar as entrevistas no meu horário de aulas... Desse jeito não dá, né? Dá sim! Se tem uma coisa que aprendi nesses dez meses de Espanha é que o "jeitinho espanhol" também existe. E como existe! hahaha.

Entrevistas

A minha primeira entrevista para o documentário foi inesquecível. A entrevistada, Merly Cara, uma garçonete de um tradicional restaurante de Granada, é divertidíssima. Fiquei super satisfeita de tê-la encontrado. Ela adicionou um tempero muito bom para o filme.

Merly Cara: a showwoman do filme

Na minha primeira entrevista tive ajuda da Renata Sartori, a gringa. Renata também é brasileira, gaúcha tche!, também estava em intercambio na Universidad de Granada e hoje é uma publicitária graduadíssima. Ela me ajudou a despertar a cineasta que havia dentro de mim e foi quem operou a câmera na primeira entrevista. 'chas gracias, Re!
As outras entrevistas fiz na solitude mesmo. De manha cedo saía de casa, ia pra faculdade, pegava o equipamento, pegava o ônibus e só voltava às 20:00 horas na facul para deixar o equipamento. No outro dia tudo se repetia. O ruim é quando eu tinha aula. Nesse caso, eu dava milhares de viagens com o equipamento.
Eu já era figurinha repetida nas linhas 8, C Universidad e 22 da Rober, a - pasmem! - ÚNICA empresa de ônibus de Granada. O equipamento pesava quase tanto quanto eu. O tripé media quase um metro e meio e câmera era um pouco mais relax. Eu pegava os dois cases e caía no mundo. A galera ficava me olhando no ônibus se perguntando de que hospício eu tinha saído, mas aí eu fazia aquela cara de gringa-perdida e eles me perdoavam.
Tensão foi na semana de gravar na perifa de Granada. Tive que ir fazer umas gravações em uma escola pública. Algumas pessoas me disseram que era perigoso ir com um equipamento tão caro (só a câmera custava mais que o dinheiro da minha bolsa dos dez meses juntos), para um lugar perigoso e, ainda por cima, de ônibus! E o que eu podia fazer? Sou latina e não tenho carro, meu bem! Tem que ser o busão mesmo! Saía de casa, fazia aquela oração fervorosa e caía na malandragem lá na perifa. Nunca me aconteceu nada, nadica mesmo. Achei até que a perifa de Granada é um milhão de vezes - sem hipérbole, sério - mais tranquila se comparada à perifa de Teresina, por exemplo.

Pós-Produção

O mês de maio passou produtivo, mas aí chega o mês de Junho e o Corpus Christi. Para quem não sabe, passar o Corpus Christi em Granada é o mesmo que morar em Salvador no mês do Carnaval.
Já tinha feito minhas entrevistas no mês de maio e parte de junho, mas quem disse que eu conseguia passar as imagens da câmera para o computador? Isso teria que ser feito no laboratório da universidade, mas não no período do Corpus Christi, pois "es fiesta, es Corpus Christi"... A facul fechou e, quando ela abriu, ela ficou lá, aberta, sozinha... Quer dizer, sozinha não! Pq eu e os funcionários da biblioteca estávamos lá todos os dias! hahaha.
Assim sendo, já alerto: se você for para intercâmbio na Espanha, atente para os meses de Abril e Junho, pq, se não, eles passam e você nem vê.
Detalhe, o meu prazo de entregar o TCC era 17 de JUNHO. Graças ao meu bom Deus adiaram para o dia 1 de julho!
O fim de junho e o começo do mês de julho foi um bombardeio de provas na Espanha. Era prova que não acabava mais. Eu estava fazendo provas e tentando conseguir as imagens que eu tinha gravado tudo ao mesmo tempo.
Resultado: consegui as imagens em uma qualidade extramamente inferior, pois o meu prazo estava estourando e demoraria tardes e tardes para capturar as imagens da câmera pro computador em alta definição.
Resolvi sacrificar a qualidade, pq meu tempo estava resumidíssimo. Em face disso, aploprei e escolhi fazer a edição em casa mesmo, no meu notebook. Dispensei a ilha de edição de última geração da Facul, comprei um programa de edição e instalei no meu computador. Eu fui louca? Talvez sim. Mas tive que fazer uma escolha, pq a paritr da metade de junho a facul fecha mais cedo e mais cedo ainda fecha o laboratório! Dessa forma, eu definitivamente não teria tempo para editar o material todo.
Para completar, a minha última prova era na semana da entrega do meu TCC. E eu tinha que reler uns 7 artigos e mais dois livros, é mole? E ainda tinha que escrever meu relatório final para o Brasil, descrevendo o processo de produção do documentário, para entregar junto com o TCC. É pouco prar você? Pois eu tinha que escrever meu relatório final para a Comissão Européia também, relatando em detalhes as atividades durante o meu intercâmbio. E tudo isso sem pedir ajuda aos universitários.
Resumindo a semana mais louca da minha vida: escrever o relatório sobre o meu TCC, editar meu documentário, fazer o relatório do ERASMUS e estudar para a última prova. Simples assim. Sabe que lendo agora parece até que foi fácil?!



Agradecimentos

E Graças a Deus deu tudo certinho. Fiz tudo em tempo recorde. Gastei 22 horas corridas, sem parar, a fim de editar meu documentário, contrariando as previsões da técnica do laboratório que me disse que seria "impossível", pq eu tinha hoooras e mais horas de imagens. Rum, sei.
A minha família toda foi imprescindível também. Meus pais, Rei, Mielke, Larysse. Eles correram (literalmente) para entregar meu trabalho, afinal, eu estava na Espanha!
Professor Laerte Magalhães arrasou também. Tanto na orientação à distância, quanto na hora de me lembrar dos prazos e até fazer entrega de relatórios, o que estava além da alçada dele. Gracias, profe!
A coordenação do Prof. Paulo Fernando no Brasil foi fundamental. Ele foi muito flexível e solícito. Juntou-se à boa vontade dos meus coordenadores na Espanha também e tudo correu super certo.
A japa do meu coração, Cássia Maria Rosato, minha companheira de apê, também merece ser mencionada nominalmente. A Cássia me acalmou e deu força o tempo todo. Ela e a Lisa, minha outra "compañera de piso", foram as primeiras espectadoras do meu documentário.
A Renata, gringa, da qual já falei no início, merece os créditos de filmagem da primeira entrevista. Minha cameragirl que esteve comigo no início!
Por fim, queria agradecer a todos os entrevistados. Até mesmo os que não entraram no documentário. E também ao Programa ERASMUS-Monesia, na pessoa da Miriam Llorens e à Universidad de Granada, na pessoa da Mercedes de la Moneda. Vocês foram incríveis!


Brasil Granaíno

Bem, o resultado de toda esta saga você poderá ver no filme a seguir. O documentário é entitulado "Brasil Granaíno" e explora a visão que o cidadão de Granada tem do Brasil. São cinco personagens falando o que acham sobre o nosso Brasil brasileiro. O filme, que tem 22 minutos e foi pensado para ser produzido em quatro meses, foi realizado em algumas semanas e foi meu Trabalho de Conlusão de Curso! Aprovechen, chicos e chicas! Olé!



Brasil Granaíno from Layanna Maiara on Vimeo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Do início ao (fim[?])

Gente, considerando o fato de que eu nunca contei como eu vim parar aqui na Espanha, resolvi aproveitar a oportunidade de que hoje completo 10 meses de intercâmbio para contar um pouco da minha saga. Preparem-se, pois o post vai ser grande. Quem não tiver paciência pra ler... Sinto muito.

Início

Desde que eu comecei a estudar inglês, ainda nas primeiras séries do ensino fundamental, eu queria conhecer outros países, explorar novos territórios. Esse sempre foi o meu desejo nada secreto. Esse era um dos temas que sempre constava nas minhas orações.

Bem, em outubro do ano de 2009, minhas preces foram atendidas. De uma forma incrível - que até hoje me impressiona - fiquei sabendo da seleção do programa de bolsas ERASMUS MUNDUS - Monesia.

"Pronto. Essa é a minha chance", pensei.

Só pra situar quem está lendo e não sabe do que eu estou falando, vou explicar que programa é esse. O Monesia é uma janela de cooperação do programa ERASMUS MUNDUS que é subvencionado pela Comissão Europeia e coordenado pela Universidade de Granada (Espanha). Esse programa é voltado para estudantes universitários do Brasil, Paraguai e Uruguai que desejem ter uma experiência de intercâmbio na Europa e o melhor, com a subvenção financeira da União Europeia. Belezuuura, né?

(parênteses: quem quiser saber mais sobre o programa, acessa o site: http://monesia.eu/. Esse ano não teve convocação [acho que é por causa da crise econômica que aqui está muito feia], mas penso que próximo ano tem de novo!)

Pois é. O problema é que eu só fiquei sabendo dessa belezura 15 dias antes do prazo final e, entre as exigências da documentação, eu tinha que apresentar até um certificado que atestasse que eu tenho domínio da língua portuguesa, vê se pode? Eu nunca tive que juntar tanto documento na minha vida! Sério. Tenho guardada a pilha de papéis que eu apresentei. E o pior é que só estava no começo, por que depois, para o visto, foi pior ainda!

A essa altura, a minha realidade era a seguinte: eu tinha quinze dias para um juntar uma pilha de documentos, pedir cartas de recomendações, fazer currículo no modelo europeu, preencher fomulários e tirar meu passaporte. Detalhe: o passaporte demora 6 dias úteis para ficar pronto! Ou seja... "Corre, Layanna"!

E eu li-te-ral-men-te corri. Lembro que eu e o meu companheiro de aventuras, o Rodolfo (oi, Rodolfo!), corremos horrores pelo campus da Federal para conseguir todas as assinaturas e completar o procedimento.

Chegado o dia de apresentar os documentos, depois de uma pequena maratona entre alguns cartórios de Teresina (eu tinha que tirar o documento que eu estava quite com a justiça eleitoral) e a Polícia Federal (fui pegar meu passaporte. Claro, a foto tá horrível!), fomos, eu e Rodolfo, para a casa da Lígia (oi, Lígia!) escanear documentos e fazer o upload da papelada!

Uff. Tudo pronto. A correria acabou. Vi no site do Monesia a concorrência e me assustei um pouco. Eram tão poucas vagas para graduação para o Brasil! Mas, tudo bem, orei a oração do Getsêmani (Senhor, seja feita a tua vontade) e me tranquilizei. O resultado sairia só a partir de dezembro e o que faltava era só esperar e esperar.

Em janeiro, o Rodolfo me liga: "Saiu a lista dos aprovados, Layanna. Tá no site da UFPI. A gente não foi aprovado", ele disse. Confesso que fiquei "meio pra baixo" de início, mas depois lembrei que eu pedi que fosse feita a vontade de Deus e não, a minha. Depois disso, relaxei e fui absorvida pelas preocupações acadêmicas do meu curso de jornalismo.

Meio

No dia 29 de Março, lembro como se fosse hoje!, eu cheguei em casa, às nove da noite, MORTA de cansada, pois tinha passado o dia com a minha mãe (oi, mamãe!) e minha irmã (oi, Larysse!) andando "pra cima e pra baixo", organizando uma viagem de família que a gente ia fazer na manhã do dia 30.

Eu estava tão cansada que não queria saber de internet (olha a gravidade!) e estava atordoada por que ia passar a noite fazendo mala (detesto fazer mala). Porém, não sei, Deus me impeliu a, pelo menos, querer checar meu email. Abri o email e, entre as mensagens não lidas, tinha uma do Monesia. "Ai, meu Deus, lá vem eles de novo com mensagem agradecendo por eu ter participado da seleção e blá, blá, blá", esse foi o meu pensamento, até porque, eu já tinha recebido inúmeras mensagens de agradecimento por conta desse programa.

Abri o email e comecei a ler: "Dear Layanna Maiara Cardoso Campos Verdes, ...". Não acreditei no que estava lendo. "Não, Layanna, o email está em inglês, tu deve estar enganada", pensei. Li de novo. E de novo. Na quarta vez, caiu a ficha, eu não me segurei e gritei o mais alto que pude.

"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!"

O meu pai (oi, papai!) veio como um raio do quarto e, em dois segundos, estava lá na sala. A minha mãe idem! "O que foi?", minha mãe perguntou. Eu contei para ela que o Monesia tinha me mandado um email comunicando que eu tinha sido selecionada para o intercâmbio na Espanha, mas que eu teria que mandar um documento até o dia 31, dizendo que eu queria sim participar do intercâmbio.

A minha família toda se envolveu na operação. Eu tinha que mandar o documento de aceitação e tinha que ser na mesmíssima noite, por que, na manhã seguinte, a gente pegaria a estrada e só Deus sabe a que hora chegaríamos ao nosso destino! A operação teve sucesso graças a insistência da minha família e a gentileza de um amigo do Reizim (oi, Reizim! Oi, amigo do Reizim!)

Imagina se eu tivesse ignorado o desejo que Deus colocou no meu coração de olhar meu email? Tinha perdido a oportunidade! Por que a gente realmente passou o dia seguinte na estrada e eu mal olho meu email quando estou de viagem!

Depois de tudo isso, a batalha agora era tirar o visto. O processo todo durou quase 3 meses! Nem vou contar aqui, para o post não ficar gigante! Mas foi outra uma pilha de documentos!

Bem, o resultado, eu já contei na segunda postagem de vida desse blog (vê lá!). Vim pra Espanha no dia 24 de agosto com um contrato assinado com o Monesia, comprometendo-me a cumprir um período de 6 meses de bolsa. Porém, como todos também já sabem, a minha bolsa foi extendida por mais quatro meses e, exatamente hoje, cumpro os 10 meses de estadia.

Agradecimentos

Queria dedicar esse dez meses de intercambio a Deus, não só por que Ele atendeu as minhas preces e meu deu até muuuito mais do que eu pedi e no momento certo; mas também por que vi que a minha vida toda se encaixa para eu estar aqui. Esse período de intercâmbio foi importantíssimo na minha vida com Ele! Valeu, Deus! Mesmo.

Sabe aquela história do rei Davi do "nada me faltará" no Salmo 23? Pois é. Nada me faltou aqui. Alegria, tristeza, medo, insegurança, euforia, raiva, amor, frustração, satisfação, saudade, perseverança, desânimo e, sobretudo, fé. Tive tudo isso e, em todas as situações, Deus estava comigo. E, por isso, eu agradeço a Ele.

Meus pais também são dignos de menção. Incríveis! Desculpa aí, mas eu sei que tenho os melhores pais do mundo, viu? Sério. E nem vou fazer aquele discursinho "Ai, por que eles me apóiam em tudo", por que isso não é verdade. Eles não me apóiam quando eu estou querendo fazer coisa errada. Agora, quando a história está certa, eles vão comigo até o ponto a partir do qual eu possa seguir sozinha. E eu "boto fé". Quero ser igual eles quando eu crescer. ;D

Tenho de citar meus irmãos também. Amooores da minha vida! Todos três! Lary, Mielke (oi, Mielke!) e Reizim! Vocês são até chatos às vezes, mas a maior parte do tempo vocês são legais! hahaha. Amo demais cada um dos três!

Família: tias, tios, primos(as) e avós, obrigada. Vocês comparecem! Nem vou começar com os nomes... Se não...Num acaba mais esse post, gente!

Amigos: de igreja, do bolo, de escola, de intercâmbio, gringos (hi, people!), valeu aí, ein, gente? Desculpa aí não ter atualizado o blog, foi mal...Mas é que...Cês, sabem, né?

Enfim, queria agradecer à União Europeia (oooi!), à Comissão Europeia, ao programa ERASMUS MUNDUS - Monesia e à Universidad de Granada. Indico total para a galera que quer vir num intercâmbio para a Europa. É melhor caminho, com certeza! A seleção é pedreira, mas não custa nada tentar, povo! Me sinto honrada de ter sido uma aluna ERASMUS MUNDUS! Obrigada pela confiança depositada em mim e pela graninha generosa investida, viu? Espero recompensar o esforço!! ;)

Ah! Na próxima seleção, sei lá, acho que posso tentar de novo! Quem sabe num descolo um mestrado, ein? Seja feita a vontade de Deus! hahahaha.

Fim

Que fim, que nada! Isso é só começo! hahaha. Amém. Pode ir resolver sua vida, meu/minha amigo (a)! E obrigada se você leu até aqui!

sábado, 7 de maio de 2011

Olé!

¡Hola todos!

Alguém aí já viu uma Ópera Flamenca? Não? Pois é... Eu também não tinha visto nenhuma, mas aí, na última sexta-feira, estava eu lá, na Plaza de Toros de Granada - palco de inúmeras touradas - para ver “Carmen: uma ópera flamenca de cornetas y tambores” (OLÉ!).

Eu já vi uns três espetáculos de flamenco (e morri de rir em todos os três), mas a Ópera Flamenca é consideravelmente diferente. Na ópera tem muita interpretação, uma historinha, dança, música flamenca e clássica, cavalos, touros e muito, muito OLÉ!

Bom, o resultado dessa aventura está editado em um vídeo de longos 9 minutos. Eu editei, mas não consegui assistir até o final pra ver o resultado, porém quem conseguir chegar até o fim me diz aí se ficou bom ou não, ok?

Curtam o vídeo e... OLÉ!!!




Trilha Sonora (cortesia do Creative Commons): Enrique del Carmen (El Tunkul). El Perez (Rumba Alemana ).

sábado, 2 de abril de 2011

"Tira la basura"

Um dia eu tava dormindo... E aí acordei assustada com um barulho incrivelmente alto! O que era? O caminhão de lixo que veio fazer a coleta do lixo em plena madrugada! Na última vez que o caminhão veio, eu fiquei acordada até mais tarde e gravei um vídeo só pra compartilhar esse momento com vocês...
Justificar

sábado, 12 de março de 2011

#1

Hello, gente!

Então, primeiro post em forma de vídeo pra esse blog. Vamos ver se isso funciona mesmo.
Nesse primeiro vídeo falo um pouco da Érrrrpanha, Andaluzia e Granada...

Desfrutem!





Para quem está vendo pelo email e quer comentar, clica aqui.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Seis meses :)

Hola, ¿que tal?

Hoje é 24 de fevereiro de 2011 e completo meus exatos 6 meses de intercâmbio no continente velho e 4 meses e dois dias sem atualizar esse blog (um hiatus considerável em termos bloguísticos).

Bom, mas o hiatus não é o importante aqui. O que interessa mesmo são os seis meses de vivência européia que completei hoje... Nossa! E como me dou conta que seis meses é pouco tempo. Sim, pouquíssimo tempo. Passou voando. Quase não vi. Um dia desses mesmo estava correndo em direção ao portão de embarque C 72 no aeroporto de Barcelona.

Esses 6 meses foram os mais loucos e mais maravilhosos meses da minha vida! Só pra vocês terem uma idéia, nesses últimos 6 meses eu: fiz minha primeira viagem internacional; mudei não só de país, mas de continente também; vim morar sozinha em uma cidade no sul da Espanha; conheci gente de muitas partes do mundo; fiz amigos originários muitas partes do mundo; fui atropelada por uma moto; fui passar meu melhor fim de semana da vida na Noruega; vi meu primeiro show internacional; fui ao show da minha banda preferida (que não foi o meu primeiro show internacional, só para esclarecer); vi neve pela primeira vez na minha vida; conheci 10 cidades e 4 países diferentes; passei por 13 aeroportos; fiz 16 viagens de avião, que somando todas dá em torno de 50 horas no ar; passei meu natal em Paris e ano novo em Roma; peguei -8º graus em Paris na noite mais fria da minha vida; em Veneza, comi o maior pedaço de pizza em toda minha existência; caminhei mais do que o que já tinha caminhado em toda minha vida; finalmente usei os três idiomas que aprendi para me comunicar com as pessoas (nem sei mais que idioma eu falo); deixei Granada para morar um mês em Lyon; tirei em torno de 3400 fotos e, finalmente, fiz 5 postagens para esse blog!

Claro que aconteceram muito mais coisas incríveis que agora eu não lembro. Com certeza vou lembrar de muitas outras depois que publicar esse post.

Bom, me resta agora agradecer a Deus pelos acontecimentos incríveis e também pelos ordinários que ocorreram durante esses seis meses. Agradeço também pelas pessoas que fizeram/fazem/e ainda vão fazer para da minha vida no período em que eu vivi/estiver vivendo aqui. E também preciso dizer que sinto falta da minha família, meus amigos, meu país, minha cidade e até da minha cama.

Well, como quase todos já sabem, a minha bolsa foi renovada por mais 4 meses e, dependendo do calendário da Universidade de Granada e do que Deus quiser, ficarei aqui até o meados de julho. Até lá dá pra fazer pelo menos mais dois posts nese blog.... hahahaha! Não, gente, tô brincando. Eu estava pensando em, daqui pra frente, fazer os posts em forma de vídeo, assim dá pra eu mostrar mais coisas, poupar tempo e ainda por em prática o que estou aprendendo na faculdade, afinal, eu estou estudando comunicação audiovisual, ou não estou?

Me digam o que vocês acham sobre a idéia dos vídeos, ok?

Beijos e até o próximo post!

OBS: Para quem está lendo pelo email e quer fazer um comentário é só clicar aqui e bum!, faça seu comment!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Irmãos, tenho que contar um testemunho...

Fui atropelada semana passada (na quarta feira retrasada) por uma moto, mas só tive dois arranhões. Nao coloco a foto porque é muito nojento mostrar ferida!

Contar-lhes-ei a história:

Estava eu radiante e feliz andando ainda pelo campus da universidade e, quando estava começando a atravessar a rua, PUM! De repente, uma ruma de estudantes se aglomera e começa a brigar com o motociclista, porque ele estava a 70 km/h, numa via cheia de estudantes e, depois de se esquivar de vários, eu fui o alvo.
Na hora do acidente pensei que tinha me machucado sério, mas graças a Deus - e só a Ele mesmo - eu escapei viva e estou aqui para contar a história.
O interessante é que a moto bateu em mim e caiu, o que significa que eu preciso realmente emagrecer. Ou então meu Pai que está nos céus enviou um anjo que se colocou na minha frente e absorveu todo impacto, porque, 70km/h é rápido, né?
Bom, depois do susto, eu saí caminhando, liguei pra um amigo brazuca (o Juliano) e fomos pro médico, o qual disse que eu nao tinha nada de mais, só me passou um antinflamatório (novíssima regra ortográfica!) e ya está!

É isso, irmaos. Deus me protege sempre... Em qualquer lugar. Amém.